Nunca me julguei tão clara como hoje, nunca me vi tão transparente.
Não olhei à minha volta, nem para as pessoas que passaram por mim enquanto permaneci aqui sentada neste banco tão de todos e tão meu. Não pensei em quem eram ou de onde vinham. Não sei se passou alguém conhecido ou se alguém me acenou. Também não interessa. Hoje o que interessa sou Eu! Eu gosto de mim! E esta sensação de egocentrismo preenche-me. Lembro-me de tudo o que já aprendi e vejo o quanto ainda tenho de aprender. Dizem que devemos sorrir com aquilo que aconteceu mesmo que tenha acabado. E eu finalmente, concordo plenamente! Depois de tudo desfiz-me de ti, não do teu corpo, isso já há muito que não queria, mas da tua imagem que teimava em pairar nos meus pensamentos. Agora estás lá no cantinho da memória, podia arriscar dizer que agora estás ao lado de outra qualquer recordação. Um recordação bonita, mas uma recordação.
Menti-te! Mas não me sinto mal por isso, a minha consciência não pesa como em outras situações. Se calhar porque foste tu que me levaste a mentir, se não fosses tu, nunca seria mentira a eternidade deste sentimento. Tenho de confessar, sinto-me feliz com a mentira que te disse.
Hoje chegou a Primavera e eu percebi, tal como ele, que poucas são as coisas que nunca me disfaço. São poucas, mas são eternas!
Que venham as andorinhas!
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